(3ª carta do desafio)
#3 Carta para os pais
Quando se trata de uma carta para os meus pais, aquelas pessoas que me trouxeram à vida, que me educaram e tiveram um papel muito importante naquilo que sou hoje, talvez devesse deixar de lado o mau e focar-me apenas nas coisas boas.
Não consigo. Não sou hipócrita. A genética transmitiu-me isso de vocês. Isso e um par de coisas mais. Nem todas são bem vindas. Consegui ser uma mistura da sinceridade, do agir sem pensar e da brutalidade (é justo dizê-lo) do meu pai com a teimosia, o falar sem parar e mania de refilar da minha mãe.
Talvez por isso chocamos. A toda a hora. E, talvez por isso, não conseguimos ter uma discussão civilizada sem haver gritaria por todo o lado. Às vezes penso no que devem pensar os vizinhos com tamanha algazarra! Logo nós, a suposta 'família perfeita'...
Ainda assim, sabem que são as pessoas mais importantes da minha vida. Deram-me tudo e mostraram-me o caminho certo a seguir. É certo que odeio quando não me deixam viver a minha vida e cometer os meus próprios erros (impedem-me tanto de crescer, assim!) mas sei que, no fundo, a história do 'é só para o teu bem' é verdade.
Orgulho-me de dizer que são os meus melhores amigos e que fazem parte das pessoas que sabem mais da minha vida. Não vou dizer que sabem tudo ou que nunca menti pois não estaria a ser sincera. Nem que sejam mentiras piedosas, elas vão sempre existir entre toda a gente. E não, não me orgulho nada disso.
No fundo, devo tudo a vocês os dois! Agradeço por tudo! Por estarem aqui e por saber que, independemente de tudo e de todos, vocês serão as únicas pessoas que eu sei que são para sempre!
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